É inegável que os serviços de streaming revolucionaram o mundo da música, resgatando o prazer de ouvir música e criando um novo modelo de negócio totalmente digital.
Os números desse novo mercado enchem os olhos, criam uma expectativa e vem causando uma ótima impressão.
Porém, sempre surge uma pergunta. É possível lucrar com isso? A resposta é sim, mas vamos por partes.
Um breve resumo do mercado atual
O mercado fonográfico vem acompanhando ano a ano a ascensão dos serviços de streaming, culminando no grande boom de 2017, quando as vendas no mercado físico mundial sofreram nova queda e hoje representa apenas 30%. Por outro lado, o mercado digital vem numa crescente vertiginosa e já representa 54%.
No Brasil não é muito diferente. Só no ano passado, o consumo de música através do streaming cresceu 46%.
A indústria da música nacional fechou 2017 com uma receita de quase 300 milhões de dólares, um crescimento de 18%, grande parte creditado a esse modelo de negócio, que abocanha 60% deste valor.
Já dá para ter uma ideia da dimensão que esta revolução está tomando, e esse mercado ainda está longe de ter atingido seu ápice.
As plataformas no Brasil e sua monetização
A música digital chegou oficialmente ao país no final de 2011 com o lançamento do Itunes e de lá pra cá, muita coisa aconteceu.
Hoje as principais plataformas de streaming de música são:
Todas estão focadas na aquisição e retenção de assinantes premium (pagantes), que são a grande fonte de receita do modelo de negócio. A boa notícia é que estão sendo bem sucedidos em seus projetos e a base de assinantes vem crescendo constantemente, e hoje representa basicamente 40% do total de usuários na maioria das plataformas. Como o número de usuários vem crescendo progressivamente, o de assinante acompanha e consequentemente a renda também.
O Spotify, líder global do mercado, apresenta números impressionantes de crescimento nos últimos anos. São 180 milhões de usuários, sendo 83 milhões de assinantes do Premium, 35 milhões de faixas disponíveis e mais de 2 bilhões de playlist.
Essa plataformas criaram um mercado mais democrático, que disponibilizam milhões de obras mas é modelo de negócio novo, que condiciona os valores distribuídos a um alto número de visualizações da obras.
Para que receita seja mais justa, tem existe segredo: a base de assinantes pagantes tem que aumentar bastante ainda. E no Brasil, o potencial de crescimento desses serviços é enorme, e o crescimento dos últimos anos tem sido bem expressivo.
Isso só reforça que muito ainda precisa ser conquistado por associações como a Abramus, para garantir um modelo mais justo e um repasse maior aos artistas.
Este já é o começo para a resposta da pergunta fundamental deste post.